Tempo, tempo, tempo, tempo...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

EXEMPLO MAIOR DE INTERTEXTUALIDADE...

A intertextualidade é uma espécie de "conversa" entre textos, é a mesclagem que se dá, ao unir-se textos que possuem a mesma carga de significados. Um exemplo paupável de intertextualidade, se dá durante a propaganda que "Moreno" ( o garoto Bombril ) tão criativamente transforma em teatro: ele surge como a Monalisa, em meio ao apelo eloquente "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima" relacionando a qualidade do produto a uma obra renomada... Captaram minha mensagem? Não? 'xa ver se explico melhor: Intertextualidade é a influência dinâmica de um texto sobre outro, onde o escritor, aproveitando as ideias sobressalentes, recria um novo escrito, sem perder as características do texto primitivo. A textualidade enriquece cada vez mais a comunicação: dia desses me deparei com a intertualidade numa capa do gibi do Maurício: o Chico Bento estava lá, sentadinho à moda Jeca Tatu ( qualquer pessoa que a visualize, ali ver o personagem de Mazzaropi ): lindíssima intertextualidade! Há infinitos exemplos.

Atenho-me a expor um que, para mim, é exemplo clássico: Renato Russo ( Legião Urbana )empregou este recurso, ao compor MONTE CASTELO ( bela música ), onde mesclou fragmentos do poema "Amor é fogo que arde sem se ver", texto do poeta português renascentista, Luis Vaz de Camões ( um dos mais importantes poetas da literatura ocidental ), escrito no século XVI ( 1595 ) e da "Epístola aos coríntios 13", texto bíblico escrito por Paulo de Tarso, grande missionário que imortalizou a epístola, hoje considerada uma das mensagens de amor mais lida no mundo. A intertextualidade se faz presente em imagens, sons, escritos, no vasto mundo da comunicação... ATENTEM À MÚSICA E AOS ESCRITOS:

AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER

Luis Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;/ É ferida que dói e não se sente;/ É um contentamento descontente;/ É dor que desatina sem doer;/ É um não querer mais que bem querer;/ É solitário andar por entre a gente;/ É um não contentar-se de contente;/ É cuidar que se ganha em se perder;/ É querer estar preso por vontade;/ É servir a quem vence, o vencedor;/ É ter com quem nos mata lealdade./ Mas como causar pode seu favor/ Nos corações humanos amizade,/ Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

I CORÍNTIOS 13:

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. Beijosssssssss!

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