Tempo, tempo, tempo, tempo...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Oxenteeee! Não conhece Petrolina?!

BRISA

Manuel Bandeira

Vamos viver no Nordeste, Anarina

Deixarei aqui meus amigos, meus livros, minhas riquezas,

Minha vergonha

Deixarás aqui tua filha, tua avó, teu marido, teu amante.

Aqui faz muito calor.

No Nordeste faz calor também

Mas lá tem brisa:

Vamos viver de brisa, Anarina!

Sou "xonadinha" demais pelo meu Nordeste: acho-o rico em cultura, tradição popular, em calor ( ufa! Muito calor! ) humano e climático mesmo! Mas, sabe? Como profere Manuel Bandeira, o calor nordestino é "diferentão". O sol é causticante, entretanto, basta estarmos à sombra que nos chega a brisa ( embora algumas vezes se fuja à regra, em virtude das transformações climáticas assoladoras de todo o planeta ).

Há calor que se faz estonteante, sufocante, torturador ( São Paulo é exemplo maior ).

O "quente sufocador" também foi por mim sentido, lá no Japão ( mesmo vivendo numa cidade cercada de montanhas e onde a neve dava muito pra lá das canejas): um calor excessivo, variegado do nosso que até que é "bão"!

Creia, Manuel Bandeira, não vivemos tão somente de brisas, não! O Nordeste possui formosas praias, aprazíveis ilhas ( tem até arquipélago! ), lindos rios e, diferentemente do que pensam alguns sulistas ( os que pouco conhecem da geografia e que, por ignorância, chamam o Nordeste de "Norte" ), nossa região não se restringe somente às secas e à fome. Há lugares paradísiacos e de dar água na boca de qualquer ser humano, inclusive dos estrangeiros, que fielmente desfrutam do nosso sol e da nossa cultura ).

Não intenciono camuflar os problemas da minha terra; roubo as palavras de Euclides da Cunha e assevero: "o sertanejo é antes de tudo um forte". Forte não somente por resistir às secas, mas por possuir espírito de esperança fortalecida, muita fé, integridade, honra e exarcebada coragem e perseverança.

Ignoro os críticos que riem do nosso "oxente", do nosso sotaque puxadinho ( que primo por empregá-lo com rigor e orgulho ), porque vejo neles os traços sobressalentes de ignorância linguística, do conhecimento rudimentar das raízes do nosso povo e do quão maravilhoso é essa diversidade cultural brasileira!

Restringirei-me ( não gosto de mesóclises: acho-as "pedantes ) a mostrar-lhe um pouco da minha cidade ( Petrolina, interior de Pernambuco ) e a dizer que a nossa região é a segunda produtora de vinhos do país, formadora de Enólogos que são privilegiados por formarem-se em meios a lindas videiras e à produção de vinhos de excelente qualidade, que somos um dos maiores exportadores de frutas do Brasil ( especialmente uvas e mangas ) e que temos a dádiva de nos deixar banhar pelo Velho Chico ( o rio S. Francisco, nascido lá na Serra da Canastra ) que nos presenteia com sua magia e beleza que transborda por sua orla cheinha de enkantinho, em meio a gostosos restaurantes flutuantes, um luar de se tirar o chapeu e um ocaso estonteante a se refletir nas suas águas doces e viciantes...

Convido-o ainda a desbravar as ilhas deliciosas de nossa região e os mais saborosos peixes, ao som de um violão, num lual originariamente nosso!

Comer a carne de bode é imprescindível para sentir-se em Petrolina... Aí então, é só dar uma passadinha lá no Bodódromo, já considerado o maior centro gastronômico ao ar livre da América Latina.

Aqui fica um "tiquim" ( "pouquinho" para nós nordestinos ) das belezas de Petrolina, minha PETROLINDA...

"Inté, bichim!

A barca retornando das ilhas
( muitas delas são bares e restaurantes )
Olhem lá nossa linda Petrolina!
Vista aérea de Petrolina X Juazeiro ( cidades irmãs, separadas pelo Velho Chico ).
As duas cidades possuem barzinhos e afins nas orlas...

Área comercial - Petrolina

O sol se pondo ( Ilha do Rodeadouro )

Não há oh, gente, oh, não

Luar como esse do sertão...

Balneário de Pedrinhas - Aprazível lugar
Um porto seguro! IMPORTANTE: As fotos utilizadas neste post, não são minhas. Meu agradecimento e respeito às "lentes de ouro".

2 comentários:

ebanobrasileiro disse...

Eu acreditava que nunca iria para o sul do Brasil, por causa do frio. Queria viver no RJ e daí pra cima, mas há vinte e cinco anos estou em Curitiba, agora me vem de novo esta vontade do sol, da gente, do lugar, do ar, do mar, do luar. Obrigado por me fazer lembrar que gente existe, e que tudo isso está tão perto. Ah noordeste, ainda virarei cabra da peste.

Lu Almeida Imoto disse...

Renato, gosto mtooooo de sol! O único encanto que sinto no frio, é o "vestir-se elegantemente" e o dormir "gostosinho"...

Pois venha logo pro Nordeste, virar cabra da peste!