Tempo, tempo, tempo, tempo...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

POESIA E POEMA NÃO SÃO SINÔNIMOS (1)


Recordo-me de uma aluna do ensino médio que ficava encimesmada porque, segundo ela, eu via poesia em tudo! Para ela, poesia era verso, poema e só...


Como explicar-lhe que a foto aí em cima é também poesia? Nada muito difícil, não! É claro que um exemplo é muito pouco à compreensão...


Fato é que hoje, a aluna da qual falo, tornou-se professora na área de Língua Portuguesa e sempre que a encontro ela me chega carinhosamente e diz: 
- Minha professorinha que ensinou-me a ler nas entrelinhas!
Puxa, fico "tontinha" de orgulho, claro!


Costumo dizer que POEMA é o lado material, aquilo que vemos: o concreto.
Para percebermos que o texto é um poema, não necessitamos da leitura, mas simplesmente observarmos sua composição, a maneira peculiar de se organizar as palavras.


O poema possui versos ( linhas ), estrofes ( conjunto de linhas ou versos ), muitas vezes rimas, o que o faz ser "diferentinho" da prosa que nos surge linear, cheia de conectivos, parágrafos...


Um texto em prosa pode ser poesia, mas nunca um poema; Um poema pode ou não ter poesia: depende de quem o lê...


Poesia, portanto, é o que nos emociona, nos faz sentir, toca o nosso íntimo: algo por assim dizer, subjetivo, imaterial; daí porque alguém ler o poema "No meio do caminho" ( de Drummond ) e termina por falar: quanta bobagem! 
Para esse leitor, o poema não possui poesia mas para outro que o lê, está recheadinho "do belo".


Poderemos escrever versos e não termos um texto poético. Podemos sim! Bem como poderemos escrever uma "cartinha" simplória a um amigo e ali surgir uma poesia!


Meio louco, não? kkkkkkkkkk


A poesia exige a palavra "esmerilhada", o uso de figuras de linguagens, a conotação... Um texto pode ser chamado de "bonito", "emocionante" e mesmo assim não ser poesia!
Justapor palavras sem o emprego da harmonia e sem  que provoquem o sentimento do "belo" nunca o fará produzir uma poesia.


Como diz Mário Quintana no poema "Passarinho":


"Sempre me pareceu que um poema era algo assim como um passarinho engaiolado. E que, para apanhá-lo vivo, era preciso um meticuloso cuidado que nem todos tem. Poema não se pega no tiro. Nem a laço. Nem a grito. Não, o grito é o que mais mata. É preciso esperá-lo com paciência e silenciosamente como um gato [...]"


A foto ( linguagem não verbal ), é poesia! Ah, Enkantinho, mas isso é coisa de louco! 
Sim, sim! Encontramos poesia no silêncio, sim! Não compliquemos!  
A minha próxima postagem terá dois textos comparativos SUPIMPAS, que os fará compreender a "sutil" diferença entre poesia e poema...


HASTA LA VISTA! 






2 comentários:

Andre Mansim disse...

Sabe que eu sou meio burrão e entendi mais ou menos viu...
E aqueles versos rimadinhos do Camões que aprendi que eram poemas? Ou seriam poesia?
Vixxi... Enrolou minhas idéias agora, hahahahaha.

Lu Almeida Imoto disse...

Dê-me uma graminhas de sua burrice, Mansim!!!

Agente, além de ser poema, de ser poesia, é poesia clássica( aquela cheia de rebuscamento, métrica, rima rica e tudo o mais ).

É poema: possui versos, estrofe, rima e tudo o mais...

É poesia porque prima pela subjetividade, pelo sentido figurado, "pelo brincar com as palavras", as conotações, o lúdico, o inventivo, "o louco" kkkkkkkk