Tempo, tempo, tempo, tempo...

sábado, 8 de janeiro de 2011

SERTÃO: o milagre da chuva na caatinga...




Xique-xique
Eu me embeveço com a transformação da nossa caatinga e saio silenciosamente fotografando, fotografando, vislumbrando...


Amo o mato, o silêncio, a paz que isto irradia...


Pode parecer loucura, mas eu também amo a seca, como amo o verde ( ápice e base )...


Faveleira

Faveleira
Caatingueira

Caroá

Sou xonadinha por este xique-xique

Quipá - cactácea

Jardim nordestino ( roça da irmã + velha )



  • Caatinga, na língua indígena tupi, quer dizer "mata branca" e é quase assim que fica: um branco meio acinzentado... Tempo em que a vegetação perde as folhas no propósito de poupar água.
    É impressionante vermos árvores literalmente secas, reverdecerem completamente com a queda da chuva! 

Quipá - flor brotando

O cinza dando lugar ao verde...
A faveleira, imponente, forte, sobrevive à seca, permanecendo-se sempre verde em meio a tudo que é seco...

O clima semi-árido representa mais de 11% do território nacional ( 62% do Nordeste ).
É quase quatro vezes maior que o estado de São Paulo.
É muito quente! ( Petrolina está sempre acima dos 30 graus durante todo o ano ).





A caatinga só existe no Brasil e é um dos biomas mais diversificados do mundo!

A caatinga é linda de se ver e

"Se chover dá de tudo/
Fartura tem de porção..."

Há mais de mil espécies de plantas e muitas delas são medicinais e frutíferas.




"Nordestino, sim./
Nordestinado, não!/
Não é Deus que nos castiga,/
Nem a seca que obriga/
Sofremos dura sentença,/
Não somos nordestinados/
Nós somos injustiçados/
(...) Já sabemos muito bem./
De onde nasce e de onde vem/
A raiz do grande mal,/
Vem da situação crítica/
Desigualdade política, econômica e social.
                    ( Patativa do Assaré )

Costumo dizer que quando chove no sertão, a vegetação sorri, como também sorri o olhar sofrido do sertanejo.
Puxa, como é contagiante ver a alegria estampada no rosto desse povo sofredor, diante do riacho cheinho, da caatinga cheia de cor, do umbuzeiro repleto de frutos, do mato verdinho...

Sorriem também os olhos das cabras, cabritos, jumentos, bodes...





















Quando olho o quipá, morro de rir, porque lembro-me que no tempo de infância, nós comíamos o fruto ( é meio doce ) e depois ficávamos chorando porque a língua ficava cheia de espinhos! Aiiiii! 
Para nos vermos livres dos espinhos, tínhamos que mascar chiclete e passá-lo na língua para a retirada dos espinhos...

É claro que bastava passar um tempinho para esquecermos os incômodos e irmos lá novamente comer o fruto do quipá...

( o quipá, como a maioria das cactáceas, servem de alimento para os animais ).














Uma metamorfose perfeita: a caatinga, tal qual uma aquarela, vai ficando colorida e aquele cheirinho de mato que entra pelas narinas é mesmo enternecedor, lindo, divino e miraculoso!!!

"Enquanto a minha vaquinha
Tiver o couro e o osso
E puder com o chocalho
Pendurado no pescoço
Eu vou ficando por aqui
Que Deus do céu me ajude
Quem sai da terra natal
Em outros campos não para
Só deixo o meu cariri
No último pau-de-arara"*

* como são chamados os carros que levam os retirantes nordestinos às grandes cidades.



2 comentários:

Andre Mansim disse...

Lindo seu post! Parabens!!!!

Lu Almeida Imoto disse...

Ah, Mansim... Eu até q tento, mas tenho um grande problema com a formatação do blog: nunca aceita a formatação! Putz! Na visualização, tudo perfeito e aí qdo se publica, fica completamente diferente do que propomos...
Poderia estar melhor!

Brigadão, agente!