Tempo, tempo, tempo, tempo...

segunda-feira, 7 de março de 2011

O bicho homem e seus estimados (parte II)



A história da vida animal em meio aos humanos é repleta de novidades. Gosto de ler sobre essa relação e em meio às minhas leituras, aprendi muitos fatos interessantes, que gostaria de compartilhar com vocês.

1.  Nos séculos XV e XVI, os humanos acreditavam que  a natureza existia com uma finalidade: plantas e animais estavam em seu meio, tão somente para satisfazer as exigências de ordem prática, moral ou estética da vida humana.

2.  Os pássaros cantavam tão somente para entreter o homem e as ovelhas serviam apenas de alimento.

Hoje, o cão é considerado por muitos, como o melhor amigo do homem mas até que isso se concretizasse, a história animal trilhou um longo caminho.

Imaginem que a formiga saúva, era tida como um dos principais “males do Brasil” e quem assim a chamava era Mário de Andrade (1893-1945).

A função animal, na época da colonização, girou entre “animal bom” e “animal mau” (é claro que isso dependia diretamente da sua utilidade voltada para necessidades humanas).

Vejam como alguns animais eram vistos, segundo estudos feito pelo sociólogo Gilberto Freire:

1.  Os bichos de pé eram maus porque furavam os dedos humanos.
2.   Os carrapatos e varejeiras eram também más, porque  perseguiam o gado.
3.  Os papagaios eram bem aceitos enquanto os periquitos eram enxotados.
4.  Pasmem: os urubus eram bons porque faziam a limpeza do lixo.
5.  O sapo era malvisto porque eram bichos usados em feitiçaria.
6.   Pasmem novamente: galinhas, vacas e cabras serviam para que os jovens interioranos.
 ingressassem na vida sexual.

 Claro que a função das galinhas, vacas e cabras não mudou muito no passar dos anos, né? kkkkkkkkkk

Continuemos a falar seriamente: para espanto seu, no século XVI, o Brasil já tinha na sua fauna, quase todos os animais domésticos da Espanha.
Naquela época, os indígenas brasileiros passaram a conviver com o porco manso (taiaçu-guaiá) e outros animais, inclusive os cães que eram chamados por eles de “onças de criação” e logo passaram a servir para farejar a caça e alertar sobre a presença de inimigos.
Nossos índios (que antes viviam somente da coleta e da caça), passaram a conviver com as galinhas e a vender ovos para os portugueses.
A história brasileira é cheia de mentirinhas! Lembram-se da carta de Caminha quando ele diz que quando os portugueses mostraram uma galinha aos índios, eles tiveram medo e nem queriam por a mão? Balela pura!!!
 As vacas, bois e bezerros chegaram ao Brasil também no século XVI (importados por Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Souza(1500-1571).
 Para o Rio Grande do Sul foram os jesuítas que os trouxeram e para o Nordeste, os franceses.
 A mula (cruzamento do jumento com a égua), no século XVIII, tornou-se fonte de renda para os tropeiros da região Sudeste e por ser tão importante para a economia, ganhou reconhecimento do rei José (1714-1777) em Carta Régia.
 Porcos e cabras eram considerados bons: já serviam para a alimentação e das cabras vinha o que havia de melhor que era o leite que alimentava as famílias de trabalhadores.
 Sinto que retratei muito os animais tidos como “bons” mas na próxima postagem falarei mais sobre os animais “maus”...
 Inté mais!


Nenhum comentário: