É uma pena que essa realidade estereotipada ou, digamos assim: dominante, camufleie a qualidade educacional existente em outras escolas da rede pública e me pego a sentir-me vangloriada por exercer as minhas atividades numa escola "legal". Digo legal, porque a nossa equipe é bastante comprometida e trabalha em parceria, busca proporcionar aos alunos aulas inovadoras, analisa e escolhe o melhor livro didático, controla a entrada e saída de pessoas, recepciona sua clientela no portão, atentando para o vestuário devido, mantém um contato frequente com pais, inclusive através de telefones móveis e busca controlar ininterruptamente, o trânsito de alunos nos corredores.
Ademais, a "nossa" escola, a nossa EDAC, prima no desenvolvimento de projetos que não ficam somente no "faz de conta": eles são concretos, prósperos, inovadores e transformam vidas!
Temos grandes problemas, sim. O que quero dizer, é que quando a sociedade se depara com esses relatos, tende a imaginar que descasos desse nível, ocorrem "em todas as escolas públicas", o que é uma inverdade: tive a lisonja de trabalhar em escolas públicas extremamente comprometidas com a qualidade de ensino e com a seguridade e em épocas de trabalho paralelo em escola pública x escola particular, não conseguia ver diferenças plausíveis entre uma e outra, dada a qualidade da entidade pública.
Nossa escola sofre o problema da indisciplina, mas trabalha incansavelmente para amenizá-la: sinto isto nas atitudes do grupo, mas a luta não diz respeito tão somente ao educador, à escola... Diz respeito principalmente à família (alicerce maior de toda criatura)e à sociedade como um todo...
Quando retratei (última postagem) que a partir dos sete anos, as crianças no Japão (em minha província e em muitas outras) vão à escola em grupo, não estava admirando o fato isolado de se locomoverem sozinhas, porque os riscos quase não existem. Admiro sim, a disciplina de irem literalmente à escola, sem desvios, fugas e admiro muito mais o desenvolvimento da "responsabilidade", através de um líder de mesma faixa etária do grupo, onde todos procuram respeitar e seguir, conforme as normas da escola.
Não se trata de querer que isto também ocorra aqui. Longe de pensar assim: no Japão, as faixas de pedestres são tão respeitadas, que os motoristas param distantessssssssssss delas e quando se trata de crianças, aí é que a prudência é aflorada! Ademais, há semáforos por toda a parte (a cidade em que morava era de interior) e as crianças usam sinalizadores no fardamento escolar.
O que admiro, é que, chovendo, nevando ou fazendo sol, a disciplina é permanente: eles assemelham-se a soldadinhos de chumbo (no início, costumava ficar da janela apreciando os grupos passando!).
Disciplina é algo primordial nas escolas japonesas: lembro-me da primeira "birra" do Henrique na creche. Ele estava cantando, enquanto a professora (sensei, no Japão) tocava piano. Começando a chorar, tentou correr para o meu colo. A professora o impediu, levando-o para continuar. Ele permaneceu chorando mas a fessorinha não permitiu que eu o acalantasse, não!!!
O Henrique, como todo brasileirinho, tinha suas birras. Elas ignoravam e até davam risadas...
As professoras japonesas são carinhosas entretanto, o sistema escolar impõe, desde cedo, muitos limites aos pequeninos.
Hoje, compreendo melhor as origens da disciplina do povo japonês (hehehehe).
OLHEM UMA DAS BIRRAS DO RICK! |
A PROFESSORA NÃO TÁ NEM AÍ PRA BIRRA DELE E NEM PRA MINHA CARINHA DE PIEDADE... KKK |
"Quando os educadores permitem que a criança faça tudo o que tem vontade e não lhe estabelecem limites na medida certa para a idade, ela não desenvolve plenamente o uso da razão, vivendo um estilo animal de vida."
(Içami Tiba - psiquiatra e psicodramatista)
Um comentário:
oi adorei teu blog
te sigo
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