Tempo, tempo, tempo, tempo...

domingo, 16 de outubro de 2011

Japão - um país que treme e faz tremer!


Foi vasculhando meus arquivos antigos, que deparei-me com as fotos logo abaixo e passei a lembrar-me do grande terremoto do Japão. Algo que busquei não retratar no meu blog anteriormente, porque sou do tipo que fica cansadinha com o repeteco dos noticiários e prefiro um momento mais tranquilo para escrever.


Algo assustador e muito triste para um país que aprendeu a conviver com os terremotos, tal qual nós brasileiros convivemos com a violência presente em cada esquina.


Lembro-me de ter ouvido de muitas pessoas: ah, como é que eles conseguem viver esperando os terremotos?! E eu costumava responder que há cerca de 140 anos, os japoneses passaram a aceitar o "fenômeno natural" e a conviver tranquilamente com o mesmo, tal qual nós brasileiros convivemos diariamente com a violência urbana. Creio que é realmente algo que se agrega à cultura, não é mesmo?  Talvez um japonês aceite naturalmente o NATURAL... rsrsrs... Talvez para a cultura deles, a falta de segurança seja mais amedrontador que o próprio desequilíbrio da natureza!


Embora os japoneses nunca saibam o momento exato do DAISHINSAI (grande terremoto), faz parte do cotidiano aguardá-lo, buscando sempre estar preparado.


Imaginem que um dos primeiros nomes aprendidos por mim no Japão, foi JISHIN (terremoto).
Conviver com o fenômeno é algo cultuado em todas as partes do Japão e até nós que morávamos numa província onde ocorria apenas pequenos tremores, vivíamos estudando sobre ele através de informes frequentes da Prefeitura local, através de folhetos impressos por empresas e principalmente pelas escolas locais.


Deem uma olhadinha nas fotos abaixo. São do meu filho mais novo, em época de creche-escola (antes dos 07 anos de idade). O que vocês veem é um protetor utilizado nas escolas (em possíveis terremotos). Ele é revestido de um material que possibilita amortizar pancadas na cabeça. 
As escolas orientam a família e as crianças quanto às precauções caso ocorra um abalo sísmico, durante todo o ano letivo e, embora muitos não saibam, o Japão supera muitos deles sem que ocorra vítimas ou perdas materiais (os japoneses são os maiores especialistas do mundo em prevenção de terremotos).


Quando a província em que morava passava por suspeita de abalos, era comum ouvir o carro de som anunciando por diversas vezes e quase sempre a escola desenvolvia trabalhos de simulação em que os pais (trabalhadores) eram obrigados a participar (o corpo de bombeiros estava presente). 
Há até o DIA DA PREVENÇÃO (1º de setembro)!


Havia sinais sonoros específicos (bastava que ouvíssemos para sabermos do alerta), além da exibição em televisão e rádio.





Foi uma catástrofe que me abalou bastante, principalmente por ter vivido naquele país tão organizado, tão planejado e tão belo, onde não se precisa de muros para se viver, onde a pontualidade, a limpeza, a disciplina, e o planejamento fazem parte do cotidiano e repentinamente sofre uma grande tragédia...


Espero em Deus que as plaquinhas tectônicas fiquem adormecidas por muitos e muitos anos e que o país consiga reerguer-se (nem mesmo um país de "bagunça e pouca vergonha" merece ser destruído...).


GANBATTE, KUDASAI!!!

Nenhum comentário: