Tempo, tempo, tempo, tempo...

sábado, 11 de abril de 2015

Sou ré, confesso!


Uso a palavra para compor meus silêncios.   


Costumo me distanciar da internet por longos dias. É hábito malévolo, já que possuo um número considerável de seguidores, aos quais apresento minhas desculpas.

Esse meu distanciamento, dar-se por ficar, de fato, "cansadinha" de redes sociais e afins; entretanto, não deixo de vez ou outra visitar os blogueiros que a mim se coligaram...

Perdão, caros seguidores! Prometo que farei o possível para não desaparecer que nem estrela cadente e para obter o meu perdão, deixo-lhes um "poeminho" mais doce que um favo de mel.

Bjs,

Euzinha

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O apanhador de desperdícios 

Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionáutica.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

(Manoel de Barros)




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