Família: pedaço de mim |
Trilhos conservados |
Rio Capibaribe |
Eu já havia visitado Recife por algumas vezes,
mas em nenhuma delas tive a oportunidade de visitar o Recife antigo. Ah, como
perdi tempo! O bairro é esplêndido, rico, lindo demais!
Vemos ali traços proeminentes das culturas
portuguesa, holandesa, judia e francesa. A Europa do século passado está ali,
vivíssima! O estilo eclético (sobreposição de ornamentos de diversas origens,
que nasceu na França e se espalhou pelo mundo) e o neoclássico são de uma
riqueza exuberante!
Para os meus seguidores estrangeiros, Recife é
a capital do meu estado, Pernambuco.
Antes de postar algumas fotos, quero
sintetizar um pouco da sua história. Falemos dos primórdios:
O nosso estado, abrigou a
capitania de maior desenvolvimento econômico da primeira metade do século XVI e
abrigou a mais importante colonização europeia no Brasil.
A primeira
expedição que aportou em Pernambuco foi a do português Gonçalo Coelho (1501),
no propósito de desbravar Fernando de Noronha (primeira capitania hereditária
do Brasil (1504).
Neste período, já
havia a exploração de piratas franceses: consta que Jean Duperet, capitão do
navio francês La Pélerine, construiu uma fortaleza provisória no litoral de
Pernambuco.
O referido
francês carregou um navio de Pau-Brasil e seguiu para a Europa, enquanto a
fortaleza ficou com 70 homens vigiando o local. Pero Lopes (expedição de Martim
Afonso) derrotou os franceses e o navio La Pélérine foi capturado pelos
portugueses.
A colonização
efetiva de Pernambuco ocorreu com a chegada de Duarte Coelho, donatário da
Capitania que se estendia desde Igarassu, ao norte, até o rio São Francisco, ao
sul. Era a Nova Lusitânia, nome dado à Capitania pelo próprio donatário.
Sendo Duarte
Coelho filho bastardo do navegador Gonçalo Coelho, recebeu de D. João III, a
doação da Capitania de Pernambuco. Ali ele fundou um povoado numa colina, no
ano de 1537 (esse povoado já era a Vila de Olinda).
Por volta de
1535, formou-se também um povoado em um porto natural, perto de Olinda. Posteriormente, tornou-se a Vila do
Recife.
Pernambuco passou
a ser a mais próspera capitania brasileira (engenhos de açúcar).
Após a morte de
Duarte Coelho, os holandeses invadiram a capitania (1630 a 1654) e estabeleceram
sua capital em Recife (Maritzstad – Mauriceia, como a chamavam, homenageando
Maurício de Nassau).
No início do século 18, grande parte dos nobres da Capitania, morava em Olinda, enquanto Recife abrigava a maioria dos comerciantes, chamados de mascates. Devido a conflitos de demarcação de terras entre os dois municípios, moradores de Olinda invadiram Recife, em 1710, iniciando a Guerra dos Mascates. Ameaçado, o governador Castro embarcou para a Bahia. O novo governador, Felix José Machado de Mendonça, sufocou a rebelião no ano seguinte, fazendo concessões a ambos os lados.
Em 1716, a
Capitania de Pernambuco foi incorporada à Coroa Portuguesa, que indenizou o
herdeiro do donatário. Em 1763, a Coroa também adquiriu Itamaracá.
A partir de 1811,
Pernambuco foi palco de revoltas separatistas, que culminou com a Revolução
Pernambucana de 1817. Pernambuco era uma das capitanias mais ricas do Brasil e
os pernambucanos não se conformavam em pagar impostos para sustentar o
desenvolvimento e os privilégios no Rio de Janeiro. Em 7 de março de 1817, os
revolucionários estabeleceram um governo provisório de uma república
independente. Em resposta, D. João VI enviou uma frota com Lord Cochrane e
Francisco de Lima e Silva, contra os rebeldes. O governo português foi
restabelecido, em Recife. Alguns de seus líderes foram presos e executados.
Alguns presos
foram enviados para a Bahia. Desses, alguns foram fuzilados no Campo da
Pólvora. Outros permaneceram encarcerados no Forte de São Pedro. Bahia e Pernambuco tiveram forte
conexão nos movimentos que resultaram na Independência do Brasil. O médico e
jornalista baiano Cypriano Barata, por exemplo, um dos líderes da Conjuração baiana (1796-1798), participou ativamente
da Revolução em Pernambuco. Os revolucionários que continuaram presos no Forte
de São Pedro provavelmente tiveram alguma relação com o movimento armado de
oposição à Coroa portuguesa, que eclodiu em fevereiro de 1821, em Salvador.
Após a
Independência do Brasil, outro conflito ocorreu, em 1824. Insatisfeitos com a
nova constituição imposta por D. Pedro I, líderes pernambucanos proclamaram a
Confederação do Equador, que buscava reunir as províncias de Pernambuco,
Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Tropas enviadas pelo
Imperados reprimiram a insurreição em novembro do mesmo ano.
Em 1848,
aconteceu a Revolução Praieira, em que Joaquim Nabuco pregava ideais
republicanos.
Com a República,
Pernambuco tornou-se um estado da Federação. Ainda era um grande produtor de
açúcar.
No início do
século 20, Pernambuco continuou seu ritmo desenvolvimentista. Em 1960, Recife
era a terceira maior cidade do Brasil, em população, com cerca de 800 mil
habitantes.
A
presença destes imigrantes, por vezes subestimada, construiu a história do
Estado junto com os escravos negros africanos e os
nativos ameríndios.
A
diversidade de etnias (portugueses, alemães, italianos, franceses, indígenas,
árabes...), fez com que o Estado se tornasse tão heterogêneo.
Cá para nós: eu sempre pensei que Maurício de
Nassau fosse português (ele era alemão).
Todos estes feitos, estão vivos no Recife antigo, reformado de 1909 até
1920, no propósito de modernização.
A beleza dos sobrados portugueses, me deixou embevecida! Quanta riqueza!
O bairro abrigou o primeiro porto de
Pernambuco (invadido pelos holandeses), caracterizado pelos sobrados
portugueses.
Embora os holandeses tenham invadido o porto,
eles não contribuíram com a arquitetura atual do bairro.
O Recife antigo é o bairro mais tradicional da
capital e um polo cultural e de muita animação (restaurantes, boates, feirinha
de artesanato), com a beleza do Marco zero ((à beira do rio Capibaribe), de
onde se medem todas as distâncias no estado de Pernambuco e da primeira
sinagoga das Américas, a Kahal Zur (Israelita, construída em 1637 por judeus
vindos de Amsterdã.
Ali também se encontra a Praça das esculturas de Brennand (artista
plástico, ceramista, pintor e escultor recifense – amigo intimo de Ariano
Suassuna); Barcos atravessam o rio Capibaribe para que se possa visualizar
melhor estas obras.
Ali se encontram ruas com paralelepípedos e
pedras portuguesas e o retrato vivo da invasão holandesa.
Não cheguei a visitar o Shopping Paço
Alfândega (antigo convento), construído a mais de 280 anos pelo imperador ( e
hoje um dos principais centros turísticos do Recife (noventa e seis anos após o
início da ocupação, abrigou-se ali a Alfândega Pernambuco, no período de
exportação da Cana de açúcar. O prédio foi tombado como Patrimônio histórico
cultural nacional e passou a ser reformado em 2.000. Dizem que do prédio, a
visão do Recife antigo e o por do sol no Capibaribe é maravilhoso.
As ocupações portuguesas-holandesas e a
revitalização da cidade, atraem muitos turistas.
A Torre Malakoff (nome dado pela população) que
remonta a Guerra da Crimeia (Rússia), tem na sua arquitetura, traços das mesquitas do oriente (estilo tunisiano). Construída
(1853-1855) para servir como observatório astronômico e portão monumental do
Arsenal da marinha, hoje funciona como espaço cultural (artes visuais e
músicas).
Recife é uma das
poucas cidades brasileiras que tem um cemitério próprio para os imigrantes
ingleses e seus descendentes: o Cemitério dos ingleses. Apresenta um portão de ferro datado
de 1852 - obra dos ingleses da Fundição d'Aurora - e possui um administrador
particular, não remunerado, que é eleito por ingleses e seus descendentes.
O
último bonde inglês a circular no Recife fazia o trajeto Boa Vista - Madalena,
e funcionou até março de 1954. O bonde permanece exposto na Fundação Joaquim
Nabuco.
Muitos estrangeieos estiveram nas nossas terras: japoneses, suecos, dinamarqueses, russos...
E não se sabe ao certo, mas dizem que o frevo provém da cultura russa.
Eu e o maridão ficamos apaixonados pela riqueza histórica. Estávamos acompanhados de uma sobrinha amada, Alexsandra Peixoto e seus adoráveis filhos (Mateus e Stela).
Apaixonante!
Vejam alguns cliques do lugar. Creio que irão adorar (embora câmera não tenha sido boazinha).
"Beijim" nordestino!
Lu
Muitos estrangeieos estiveram nas nossas terras: japoneses, suecos, dinamarqueses, russos...
E não se sabe ao certo, mas dizem que o frevo provém da cultura russa.
Eu e o maridão ficamos apaixonados pela riqueza histórica. Estávamos acompanhados de uma sobrinha amada, Alexsandra Peixoto e seus adoráveis filhos (Mateus e Stela).
Apaixonante!
Vejam alguns cliques do lugar. Creio que irão adorar (embora câmera não tenha sido boazinha).
"Beijim" nordestino!
Lu
Nenhum comentário:
Postar um comentário