Tempo, tempo, tempo, tempo...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

DISCIPLINA - MAIS QUE UMA VIRTUDE: UM VALOR!

Tenho observado que a educação no âmbito escolar/familiar vem cada vez mais nos assustando... Parece-nos que há regressões, desequilíbrios, desajustes que crescem como ervas daninhas, enquanto o mundo da tecnologia vai avançando como incêndio em palafitas.

Esse desequilíbrio global, mundial, nos amedronta!

Os valores humanos parecem diluir-se, perder-se, entrarem em extinção... Os padrões comportamentais parecem desorganizar-se...

A educação familiar anda capenga e a educação escolar andando de muletas... 

Completo minha carga horária no período da noite e fico analisando a maneira pela qual os alunos (já adultos) tratam os professores: sequer sabem o nome e quando interpelamos para ajudar na busca, eles vão utilizando adjetivos para caracterizá-los! Uma verdadeira falta de respeito, já que observo que os educadores primam por tratá-los pelo nome!

São os valores se dissipando... É a disciplina sendo enterrada! E que pena: ela é a pedra principal para o alicerce de uma organização, de um ser, de um grupo, de uma sociedade!

Quando digo disciplina, não me refiro à submissão, mas a um código ético que se atrela às atitudes cidadãs: algo que nasce através da "educação", já que ser disciplinado não é adjetivo ligado ao autoritarismo. Não, mesmo! O indivíduo disciplinado será sempre mais progressivo, mais livre, mais ético e MELHOR!

E, todos sabemos que a disciplina deve ser cultuada nos lares (a cidadania familiar), para depois ser ampliada no âmbito escolar. Sei, bem sei que a escola pode fazer muito mais, entretanto, sinto que os pais estão perdendo o controle sobre os filhos, tornando cada vez mais árdua a tarefa de educar, já que a escola absorve esses seres tal qual pedras brutas e lapidá-los sozinha, é quase que impossível... 

Se os pais não impõem limites aos seus filhos, como querer que a escola se responsabilize por um dever que também é seu?!

Onde será que os educadores estão se perdendo? Será que nossos jovens não estão tendo mais direitos que deveres? Não estarão os pais, protegendo seus filhos no propósito de compensar as horas distantes do lar? 

Exigir disciplina não é ser autoritário! Todos necessitamos de limites, regras... 

Claro que a escola precisa renovar-se: a começar pela preocupação com "conteúdos" (eles poderão ser apreendidos em qualquer época da vida humana), que deverão ser reduzidos para acolher as virtudes que deverão ser aprendidas o mais cedo possível. Virtudes como a prudência, o respeito ao próximo e a si mesmo, a responsabilidade,  a benevolência, a humildade, os direitos, deveres e conhecimentos que os livros, por si só não ensinam...

Não vivi muito tempo no Japão, mas algo que me chamava muito a minha atenção, é que os japoneses (nas suas atitudes), não aparentavam ser pais protetores e tampouco submissos...
Para se ter uma ideia, eles não levam as crianças às escolas: elas são educadas para irem sozinhas e em grupo, onde um dos pequenos é o líder que se responsabiliza por todas as atitudes do grupo (claro que aqui no Brasil, isso é impossível, dada a violência acirrada).

É algo surpreendente! Eles mesmos vão se organizando: juntando-se em grupo, após chamarem os colegas, através do toque da campainha e seguem caminhando disciplinadamente numa fila indiana, tal qual soldadinhos de chumbo... 

Eu costumava ficar observando da janela o meu filho juntar-se aos outros, com uma vontade danada de levá-lo com um medo e uma insegurança próprias do nosso povo. 

Não é somente isto, não... Na próxima postagem, falarei de muitas outros detalhes peculiares das escolas japonesas. 

Abaixo, deixo fotos que mostram algumas atividades de uma gincana escolar japonesa: lá, (pasmem!), as crianças de pouco mais de 01 ano de vida, já possuem uma disciplina extremamente visível aos olhos...




Meu filho, está na frente da sensei (professora), sem boné.


Vítor: o único pé duro no meio da japonesada...

O Rick esperando a vez de correr...

A professora do Vítor: excelente em piano e tambor...

"Precisamos rever - com urgência - a questão dos limites dos nossos jovens, o equilíbrio entre os direitos e os deveres. 


A escola precisa reencontrar o seu papel de comando e liderança perante a juventude,  para que assim se possa concretizar mais  ações socializadoras necessárias à transformação promissora do nosso povo."


Abraços,


Lu


"Todos pensam em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?!"
(Lindo pensamento que li num e-mail de uma amiga educadora).

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