Tempo, tempo, tempo, tempo...

sábado, 23 de outubro de 2010

OS JAPONESES FAZEM ASSIM, ASSIM, ASSIM...

Essa cena é meramente comum nas moradias japonesas... Surippa sempre às portas à espera de quem entra. ( Imagem da internet )

VOCÊ SE IMAGINA USANDO ESSE VASO SANITÁRIO?

Há muitos hábitos/atitudes japonesas extremamente diferentes das ocidentais.

Confesso que, demorei bastante em acostumar-me com a ausência de gesticulações, de toque, de aperto de mão... Grande luta corporal ao buscar adaptar-me ao comedimento oriental.
Pois é. Os japoneses não cumprimentam com beijinhos e abraços; o cumprimento japonês ( ojigui ) retringe-se tão somente ao curvamento ( eles baixam a cabeça ) e isso basta para expressar o seu agradecimento, contentamento, saudação.
Como nordestina que sou, costumo falar também com as mãos ( rsrsrs ): elas teimam em bailar no ar, num mexe-que-mexe sem fim e uma das coisas mais difíceis da vida, era contê-las ( aiiiiiiiiiii! Dava vontade de amarrá-las! ).
Numa conversa oriental, o único órgão que se mexe é mesmo a boca ( será? ). Puxa, como eles são discretos!
Acostumar-me com o banho oriental também, foi "doideira": eles não utilizam chuveiros, mas duchas que servem para a limpeza do corpo antes do uso do ofurô ( banheira ).
Ah, quanta saudade de um banho aquecido num ofurô! A gente se renova!
O ofurô é algo básico nos banheiros japoneses.
Não cheguei a conhecer os banhos coletivos, em casas públicas de banho ( sento ), mas bem que gostaria de poder ver como se sente um peladão ao lado de outro peladão desconhecido!
Pensa que é fácil usar um totto ( toilet ) oriental?
Difícil era não procurar a lixeira no banheiro. Os japoneses não jogam o papel utilizado nelas, não. Jogam-nos dentro do vaso.
Depois acostumei-me tanto com o hábito, que na volta ao Brasil, passei dias e dias jogando papel no vaso ( sorte que não houve entupimento, já que a tubulação brasileira sempre deixa a desejar! ).
Os vasos sanitários orientais são uma verdadeira coisa de louco! Deixo para descrevê-los numa outra oportunidade... É mesmo um outro mundoooooooooo!
Quanto aos vasos atuais ( ocidentalizados ), possuem torneirinhas-duchas que lavam tudinhooooooooooo depois da realização da obra ( kkkkkkk ). A primeira vez que usei um, assustei-me com aquele jato quentinho e com o assento que se encontrava morno ( era inverno e eles possuem aquecedores ).
O lâmen é muito consumido pelos japoneses.
Algo que me irritava, era sentar-me ao lado de muitos japoneses "sorvendo" o macarrão!
Eles fazem aquele barulhão: sfsfsfsfsfsfsssfsfsfsfsfsfttttttttt!
Culturalmente, o barulho ao sorver, denota a apreciação ao prato, pode?
Eles também costumam levar a tigela para próximo da boca ( até porque comem com ohashi ( os famosos pauzinhos ).
Colegas de trabalho costumam trocar presentes ( omiyage ) duas vezes por ano.
Os japoneses sentam-se corretamente, mesmo sentando-se sobre as pernas ( eles são elegantes ).
No ano novo, o primeiro dia é sempre reservado para pedir proteção aos deuses, através de visitas a templos.
Japoneses bebem menos água que chá. No trabalho, aprendi o hábito de tomar chá das maquininhas ( há diversos chás e você escolhe entre os quentes e os gelados ). Sentimos muito menos sede ao tomarmos o chá verde nos dias quentes...
Não se entra em casa calçado. Quer ver um japonês ficar irritado, faça isso! Até meu marido ficava nervosinho quando eu esquecia e entrava inconscientemente no apartamento. Difícil para a gente acostumar. Difícil mesmo!
Esse costume é cultivado também nas casas visitadas. Normalmente o anfitrião possui na entrada da casa, um cantinho com SURIPPA ( tipo de chinelo interno ) para que a pessoa possa deixar o seu sapato numa área chamada GENKAN ( um degrau abaixo da entrada ).
Os SURIPPAS estão em toda parte! Quando ia dar aulas, tinha que deixar o sapato no armário e calça-los. Para sair, era o mesmo ritual. Coisa de louco!
Na fábrica, trócavamos de sapatos: na entrada todos tínhamos um sapato a nos esperar... Esse troca-troca nos faz usar meias comumente.
Imagine que em qualquer atividade na escola das crianças, a gente tem que carregar o surippa ( lá existe uma sacola específica para carregá-las ), embora na entrada tenha muitas à disposição.
Em lugares onde existam "tatamis", necessário se faz que se ande descalço.
Compreende-se que esse hábito evita as contaminações provenientes de outros ambientes ( um chefe japonês um dia também falou-me que evita-se também os maus fluidos espirituais ).
MATA ASHITA!

2 comentários:

Andre Mansim disse...

Esse sem duvida é o melhor post e texto que já vi aqui no seu blog. Puxa vc escreve bem e claramente. Deveria escrever mais nos seus posts e passar essas curiosodades para a gente.
Gosto muito do seu blog e te acho uma amiga muitolegal e prestativa. Apesar de vc trabalhar no FBI, a gente sempre troca idéias muito boas!
Parabens pelo post.


Atualizei o blog, e ele está sentindo sua falta!

Lu Almeida Imoto disse...

Mansim, querido...

Sou-lhe grata , não somente pelos elogios, mas também porque você é bem sincero comigo!
Seu blog é q é lindão!saiba: sinto falta qdo ñ entro lá...
Verdade, somos mesmo amigos!
Brigadão e aguarde minha visita, viu?