Tempo, tempo, tempo, tempo...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um canto que é um encanto!


"Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
com janelas de aurora e árvores no quintal.
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
e ao crepúsculo fiquem cinzentas como a roupa dos pescadores..."

(Manoel de Barros)



 Ah!!! Este é o meu jardim: o lugar onde relaxo, onde posso encontrar-me com um sr. beija-flor (ou será senhora?), que vai sutilmente ensinando ao seu filhote como retirar o néctar das minhas flores.
Estas são minhas flores e em meio a elas também posso relaxar observando coloridos peixinhos nos tanques que construímos para nosso filho mais velho.

Tenho muito do Manoel de Barros: gosto das coisas simples da vida e elas me transmitem uma imensa paz!!!

Gosto de podar plantas... Gosto de verde!

 Digo que estou intimamente ligada ao mato, aos bichos e às crianças!
Acho surpreendente a paz que sinto quando cuido das folhas, quando as vejo brotar!


Perco tempo (ganho) buscando deixá-las mais bonitas (essa está me dando trabalho! Até porque não tenho muito dom, não!).


As plantas e os peixes são como filhos: quando acordo tenho que visitá-los, dar-lhes comida e bebida (até chego a conversar!!! hehehehe...

O bom é ter meus seguidores (filhos e maridão também gostam de animais, tanto quanto eu!).




Opa! Você viu a minha mangueira remendada?! huashua!!!



 Percebo que quanto mais o tempo vai passando, mais vou me tornando "apegadinha" às coisas simples da vida...

Bem, como filosofou Khalil Gibran que "a simplicidade é o último grau da sabedoria", o que posso sentir é uma imensa alegria por saber que estou caminhando, caminhando...
 Acho também que a beleza das flores, do jardim, liga-se a mim por meio do meu estado de espírito: quando estou mais alegre, percebo que elas também ficam mais vivazes (ou será apenas sentimento?)...

Bem, vou ficando por aqui, deixando o poeminha de Drummond procês:


MANEIRA DE AMAR

O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravinha ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora,depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "VOCÊ O TRATAVA MAL, AGORA ESTÁ ARREPENDIDO?" "NÃO, RESPONDEU, ESTOU TRISTE PORQUE AGORA NÃO POSSO TRATÁ-LO MAL. É A MINHA MANEIRA DE AMAR, ELE SABIA DISSO, E GOSTAVA".







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